Os engarrafamentos e as lentidões do trânsito nas grandes cidades parecem motivo para avaliação detalhada por parte da engenharia e medicina de tráfego. A sensação de perda da liberdade sofrida pelo cidadão é capaz de levar-lhe a distúrbios de comportamento com consequências imprevisíveis. Não temos dados oficiais. Sabemos que o aumento dos congestionamentos e lentidões do trânsito se intensificou muito, e logicamente sem ações preventivas, o número de lesões corporais multiplica-se de maneira assustadora.
Poucos são aqueles que não se impacientam num engarrafamento. O desconforto de não ter o seu trânsito livre, de não poder ir e vir, de se sentir acuado no meio de ferros, gente, gases, vapores, ruído e fumaça, leva o indivíduo a manifestações ansiosas, passando a ter distúrbios de comportamento tornando-se negligente, imprudente e agressivo. E se imaginarmos que os engarrafamentos nas grandes cidades são diários, ocorrendo duas vezes por dia e que nos momentos de pico envolvem milhares de veículos, acreditamos que ninguém sairia de casa ou do trabalho para dirigir um veículo.
O medo de ficarem acuado, impossibilitado de se movimentar em qualquer direção, somado as preocupações e horários a serem cumpridos no dia a dia conduzem o indivíduo a perda do humor, irritabilidade, e extrema agressividade. Como se não bastasse entram outros fatores metereológicos caracterizados pelo calor, frio, sol, chuva, neblina, etc.. Tudo ocorrerá para o aumento do desgaste físico e mental, gerando ao longo do tempo sensações desconfortáveis. Dependendo das características individuais tais fatores serão mais ou menos evidentes. Não se pode entender como duas pessoas cada uma em seu veículo ao esbarrarem-se ou tocarem-se sejam capazes de discutirem, ofenderem-se e partirem para o corpo a corpo buscando destruir o companheiro de infortúnio no tráfego. Isso é verdadeiro, existe uma doença conhecida como “Transtorno Explosivo Intermitente” (TEI), conhecido vulgarmente como “Pavio Curto” e ainda “Sociopatias” e “Transtorno Obsessivo Compulsivo” (TOC), capazes de transformar o desconforto em agressividade, partindo muitas vezes para o corpo a corpo e a utilização de armas.
Soluções inteligentes e imediatas precisam ser tomadas para proteger o cidadão, reduzindo-se as patologias psiquiátricas, psicológicas e psicossomáticas no trânsito nos grandes centros, que estimamos corresponder de 13 a 17%.
A execução e controle de tal condição insegura cabem ao município, aos órgãos competentes, mas não podemos deixar de alertar sobre os riscos de condição insegura para a saúde de todos os habitantes dos grandes centros. Torna-se fundamental e urgente a necessidade de investimento num sistema adequado de transporte, já que isto refletirá na produtividade e qualidade de vida de todos nós.
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